quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Agora que penso nisso

Há umas poucas coisas sobre as quais decididamente não sou modesta. Os amigos dirão que são mais que umas poucas, mas isso são rumores. A verdade é que sempre assumi 3 coisas sem quaisquer falsos pudores: Sou muito inteligente; Falo muito bem inglês; e Canto bem. É verdade e pronto, quem se sentir incomodado com isso que vá pregar para outro lado. O caso é que, apesar de em qualquer contexto público eu assumir que me considero inteligente, nunca tinha sido abordado no contexto de recrutamento laboral (esperava apenas que se apercebessem do facto). No outro dia estava numa entrevista e lá saiu a pergunta de praxe:"se tivesses de escolher, quais seriam as tuas 3 principais qualidades e defeitos?". Blábláblá! É que já não há pachorra para este tipo de coisas - não foi o Denis, o actual Boss, esse teve o bom gosto de fazer uma entrevista original e em 3 línguas. Sempre fiz um esforço para não rebolar os olhos ao ouvir este tipo de questão e limitava-me a debitar os costumeiros: Gosto de trabalhar em equipa; sou persistente e organizada - ná, a última não, não minto assim tanto nas entrevistas;) Desta vez não estive para isso. Parei um pouco e pensei de facto naquilo que me definia melhor. Talvez porque há imenso tempo não ía a entrevistas ou porque estava a concorrer para uma função que já desempenhei. O que é certo é que me limitei a escolher quais são as minhas características que serão mais úteis neste trabalho. O homem não quer saber se sou ou não divertida, amável, etc. A ver, se eu estivesse a concorrer para o lugar de namorada certamente convinha dizer-lhe que sou boa na cama! Ora, se o tipo quer que trabalhe para ele convém saber que sou inteligente, não é? Assim foi - disse com toda a clareza que era muito inteligente. E senti-me bem, directa e desempoeirada. Bolas, se sou assim antes dos 30, aos 50 vou ser absurdamente desbocada!

Por outro lado, é verdade que até sei umas coisas de música. Tenho sentido crítico e afinal de contas estudei alguns anos para isso. E canto bem. Conheço bem as minhas limitações, não sou musicalmente criativa, seria uma boa intérprete. Possivelmente melhor do que 90% dos participantes de programas de talento, mas talvez nunca viesse a ser extraordinária. Tudo isso me faz apreciar as vozes que lutam por se destacar. Tenho apreço e repeito por esta malta que está a aprender a ser melhor. Não me interessa um centavo os jogos de fama por trás destas cenas, gosto de ouvir as vozes serem postas à prova e esperar que alguma me surpreenda e até comova. Eu sou uma apreciadora do timbre e da personalidade da pessoa que canta e que está patente na voz. Algumas das minha vozes preferidas não são excelentes vozes do ponto de vista técnico. Por outro lado, a Céline Dion tem uma amplitude vocal do outro mundo e uma técnica praticamente perfeita e nem por isso é capaz de me emocionar (a escolha das músicas não ajuda, mas de facto o timbre dela não me seduz). Em relação à competição do momento, os 3 finalistas do ídolos têm qualquer coisa que se lhe diga. O Filipe, acho, tem uma voz muitíssimo carismática e uma musicalidade natural muitíssimo acima da média. Gosto do timbre, mas não me apaixona, porque raramente me surpreende. Vá, surpreendeu-me a cantar Rui Veloso e a cantar Radiohead (aí, apenas porque nunca imaginei gostar de ouvir aquela música cantada por outro que não o Thom Yorke, e até gostei). Para que me apercebam, eu poderia ter uma paixoneta pela voz dele durante uns meses, mas nunca a amaria para sempre. O Carlos é a imagem desta geração, com tudo o que tem de melhor e pior. A sua voz não é espectacular e falta-lhe viver para aprender a pôr mais do que energia e imagem nas suas actuações. Certamente tem muito mais qualidade do que 90% dos actuais ídolos juvenis a nível mundial. É possível que seja capaz de vender a alma para alcançar a fama. E daí? Ambição foi sempre o segredo da Madonna e esta quando começou não tinha metade das capacidades deste rapaz. E depois há a Diana. No outro dia estava a pôr-me a par da notícias blogueiras em Portugal e fui vendo as últimas exibições dos ídolos. E deparei-me com esta miúda, que me surpreendeu em cada momento. Têm de ver a sua Janis Joplin e o Jacques Brell. Tinha de lhe tirar o chapéu em cada uma das actuações. Mas esta, esta é arrepiante...

http://www.youtube.com/watch?v=rpd6iMvhZ_c

Um dia depois dei com uma actuação da Pink, uma artista que admiro a vários níveis, independentemente de não gostar de todo o seu reportório. E tudo o que envolve esta apresentação é belíssimo. Vale mesmo a pena conhecer - como é que esta miúda mantém a voz impecável nestas condições é inexplicável!

http://www.youtube.com/watch?v=1-_9jcFFBmw


P.S. O trabalhinho está a correr bem, é tão fácil esta parte da formação em que ainda não te estão a foder o juízo com os targets!!
Carlinha, a tua assistência técnica precisa-se. Como raios colo vídeos directos do youtube?

5 comentários:

  1. realmente a actuação da Pink é de deixar o queixo caído, a mulher nao só canta lindamente como ainda consegue ser uma acrobata? Como é q é possível??

    Qt à Diana realmente aquelas 3 actuações q falaste são mt boas, sobretudo a música portuguesa...

    beijinhos, meu anjo!

    ResponderEliminar
  2. Deixa-te de coisas, toda a gente sabe que a tua maior qualidade é morder asas de tachos!

    besos

    ResponderEliminar
  3. apesar de achar que certamente a personalidade da diana pode ser insuportável, não haja dúvida do seu talento...até eu, que nunca voto (porque acho que somos chulados indecentemente...), na última gala votei nela para ir afinal...e não me arrependo...se existe pessoa que merece ganhar, é sem dúvida ela...

    ResponderEliminar
  4. Ein??? Quem??? hoje em dia só tenho tempo de ver a sic noticias e a nova temporada do Mentes Criminosas.
    Eu tou com a Mia, toda a gente sabe que as tuas qualidades passam por morder asas de tachos e arreganhar a taxa (vulgo sorriso de orelha a orelha) depois de enfardares uma caipirinha feita pelo pai do Alex (pouco gelo muita cachaça!!)lol

    ResponderEliminar