sábado, 10 de abril de 2010

Visca al Barça

Pode parecer estranho que esta seja a primeira vez que escrevo sobre um dos meus amores mais antigos e constantes. Tenho-me deliciado tranquilamente com a acessibilidade a todos os movimentos dos meus meninos sem ter que stressar com o jogo merdoso da liga portuguesa que me impediria de ver a Liga Espanhola. Os primeiros tempos aqui foram agridoces. Precisamente na época anterior à minha vinda, o Barça viveu um ano inolvidável e sem comparação com qualquer outro na história, a sua ou a de qualquer outro clube. Um ano em que ganhou tudo o que disputou, 6 troféus no total. E milhares de minutos de futebol capaz de seduzir e apaixonar qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade desportiva. E semanas depois de chegar foi eliminado da taça do rei, ainda que provando mais uma vez que esta equipa é capaz de trocar a bola como nenhuma. À semelhança da minha postura de sempre, amorosa e pragmática, sabia que épocas destas simplesmente não se repetem. E certamente preferia transladar esforços de uma competição menor para repetir as vitórias na liga espanhola e dos campeões. As últimas semanas têm confirmado as minhas previsões. A liga não está a ser nada fácil, mas o Barça parece estar a voltar a luzir aquele brilho de invencibilidade e de futebol belíssimo. E Messi, a personificação mais bela do menino que joga à bola, tem a desfaçatez de provar ainda mais a posteriori o porquê de ganhar a Bola de Ouro. O seu futebol assombroso tem provado, como nenhum, o que o faz o melhor do mundo. Estou a escrever enquanto vejo o Real-Barça. E a magia do Messi materializou-se uma vez mais. Inacreditavelmente no intervalo dos momentos em que escrevia sobre ele!!
Resta dizer que vejo este jogo com uma mescla enfeitiçada de emoções. Porque o vejo em pleno sofá caseiro, rodeada pelos gritos loucos dos vizinhos catalães. E porque se acerca com tanta clareza a lembrança dos momentos deste mesmo jogo do ano passado. O tal do 2-6. O tal que não pude ver porque há quase um ano estava em pleno voo rumo a Cuba. Rumo aos dias e noites impregnados de calor, cheiros e ritmo fora do tempo, fora da realidade. Dias que coincidiram com esse momento histórico do Barça face ao Real e face ao Arsenal na passagem à final da Liga dos Campeões. Que ironia de coincidências esta, que volta a relacionar a trajectória do meu Barça com os meus sentimentos perdidos esta semana entre a praia do Hotel Paradiso e o katamaran de Cayo Blanco. Mas isso é uma outra história...